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A carga dos “Transtornos Mentais” em crianças e jovens adultos

Foto: Freepik

A carga dos “Transtornos Mentais” em crianças e jovens adultos

Um estudo internacional liderado por um pesquisador da UFRGS e publicado na revista Jama Psychiatry, revela que os transtornos mentais são a principal causa de anos de vida saudável perdidos por pessoas entre 5 e 24 anos, afetando 11,63% (293 milhões) dessa população em 156 países, incluindo o Brasil. Utilizando o banco de dados GBD, o estudo não apresenta dados específicos do Brasil, mas estima que 10 milhões de jovens brasileiros sofram com pelo menos um transtorno mental.

O trabalho analisa o impacto dos transtornos mentais em termos de anos vividos com incapacidade, destacando a ansiedade, depressão, bipolaridade, déficit de atenção/hiperatividade, espectro autista, deficiência intelectual, esquizofrenia, e transtornos alimentares e relacionados ao uso de drogas e álcool. Estes transtornos são a maior causa de incapacidade entre todas as condições de saúde estudadas, com 25% dos anos vividos com incapacidade ocorrendo entre 5 e 24 anos.

O estudo também identifica os transtornos com maior impacto por faixa etária:

  • Crianças (5 a 9 anos): transtornos de ansiedade, transtorno de conduta e deficiência intelectual.
  • Pré-adolescentes (10 a 14 anos): transtorno de conduta, transtornos de ansiedade e transtornos depressivos.
  • Adolescentes (15 a 19 anos): transtornos depressivos, transtornos de ansiedade e transtorno de conduta.
  • Adultos jovens (20 a 24 anos): transtornos depressivos, transtornos de ansiedade e transtornos por uso de drogas.

O psiquiatra Christian Kieling, líder do estudo, destaca a importância de reconhecer e intervir precocemente nos transtornos mentais, considerando as mudanças rápidas da infância e adolescência. Ele ressalta a necessidade de políticas de saúde que considerem as particularidades de cada faixa etária e critica a fragmentação dos serviços de saúde mental, especialmente a transição dos jovens para os serviços para adultos aos 18 anos. Kieling sugere que os serviços de atenção primária deveriam integrar o cuidado à saúde mental e física, como já ocorre na Austrália.

Por: ByABC