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Após 24 anos, lista de doenças do trabalho passa a conter burnout, depressão e ansiedade

Foto: Divulgacao

Após 24 anos, lista de doenças do trabalho passa a conter burnout, depressão e ansiedade

A lista de doenças relacionadas ao trabalho foi atualizada após 24 anos de sua criação. Novos 165 problemas que afetam trabalhadores foram inseridos ao documento. Entre os quais estão problemas psicossociais como, por exemplo, transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas, depressão, ansiedade, insônia, etc.

Maíra Bergo, psicóloga, explica que essa é uma atualização importante, visto que em mais de duas décadas, houveram mudanças consideráveis no trabalho e, como consequência, no modo como ele afeta a vida do trabalhador. Segundo Maíra, tornou-se comum pacientes apresentarem sintomas ou serem diagnosticados com transtornos sem que haja causa orgânica e social indicada.

“Para ilustrar, é cada vez mais comum receber pacientes que reclamam de insônia e não encontrar questões hormonais, problemas pessoais ou qualquer transtorno que justifique. Quando pesquisamos a fundo, o problema está exclusivamente relacionado ao trabalho”, explica a psicóloga do Zen App. Neste sentido, a atualização do Ministério da Saúde ajuda a esclarecer que essa ligação existe e dá amparo aos trabalhadores. “Mostra que não se trata de um problema de cunho pessoal. É, sim, o trabalho adoentando”.

Com a atualização, a quantidade de códigos de diagnóstico passou de 183 para 347. No que diz respeito aos problemas de saúde mental, Maíra alerta para a necessidade da informação. “Ao invés de se ausentar, omitir, tirar a própria responsabilidade, é importante que os empregadores tomem conhecimento e espalhem a informação entre seus colaboradores”. Além disso, ela indica como uma boa prática fazer um mapeamento e entender a população de colaboradores, assim como é feito com os acidentes físicos de trabalho. “É crucial entender como essas doenças e transtornos podem afetar, para estar preparado. Empresas que correm o risco de acidentes físicos, oferecem EPIs. O mesmo cuidado e apoio precisam ser oferecidos no caso da saúde mental”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é atualmente o país mais ansioso do mundo, o segundo mais depressivo e se encontra em os maiores números de diagnóstico de burnout. Com a mudança, o afastamento por conta destas doenças passa a ser considerado um acidente de trabalho. O que torna ainda maior a necessidade do apoio das empresas para seus colaboradores.

Por: ByABC com assessoria