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Bolsonaro pediu e aprovou alteração em minuta do golpe, que previa prisão de Moraes, diz PF

Jair Bolsonaro, do PL. Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro pediu e aprovou alteração em minuta do golpe, que previa prisão de Moraes, diz PF

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes, do STF, fundamentou as autorizações de prisões e buscas relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a decisão, Bolsonaro teria recebido, pedido modificações e mantido planos para a prisão de Moraes em um documento denominado “minuta do golpe”, apresentado por Filipe Martins e Amauri Feres Saad. Este documento detalhava um plano para intervir no Poder Judiciário e prender várias autoridades, incluindo ministros do STF e o presidente do Senado.

Bolsonaro, já condenado pelo TSE por ataques ao sistema eleitoral e enfrentando outras investigações no STF, tornou-se inelegível até 2030. A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF), visou apurar ações de uma organização criminosa que teria atuado em favor da manutenção de Bolsonaro no poder, após sua derrota eleitoral para Lula (PT), por meio de uma tentativa de golpe de Estado.

Informações fundamentais para a operação vieram da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, incluindo mensagens de áudio que indicavam o envolvimento direto de Bolsonaro na redação e ajuste do decreto golpista. Estas mensagens sugerem que Bolsonaro não aceitou a derrota nas urnas e considerou ações para uma “virada de jogo”, com apoio de militares, empresários e membros do governo.

A operação resultou em mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro, militares e outros envolvidos na suposta tentativa de golpe. Entre os presos estavam Marcelo Câmara, investigado por fraude ao cartão de vacinação de Bolsonaro, e Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais. A PF também cumpriu mandados contra os militares Rafael Martins e Bernardo Romão Correa Neto, envolvidos nas discussões sobre a minuta do golpe.

A investigação da PF revelou que o grupo investigado promoveu a ideia de fraude nas eleições presidenciais de 2022, buscando legitimar uma intervenção militar. A PF aponta que o grupo atuou desde 2019, disseminando alegações falsas sobre vulnerabilidades do sistema eleitoral e desenvolvendo atos concretos para abolir o Estado Democrático de Direito, com o apoio de militares especializados em táticas de forças especiais.

Por: ByABC