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DiaTrans atende mais de 300 pessoas em dois anos

Foto: Dino Santos/PMD

Em dois anos de implantação, o Ambulatório DiaTrans de Diadema trouxe apoio e acolhimento para mais de 300 pessoas cadastradas no serviço. O ambulatório voltado a travestis, transexuais e trangêneros disponibiliza atendimento de saúde, consultas médicas e em enfermagem, psicologia, psiquiatria e serviço social. Das 305 pessoas referenciadas, 151 são homens trans, 126 mulheres trans, 15 não bináries, nove travestis e quatro gênero fluído.

O atendimento no DiaTrans teve início em 1 de setembro de 2021. Já a cerimônia oficial foi realizada no dia 15. Eloy de Brito Luciano esteve presente na cerimônia e relembra esse momento. “Fui um dos pioneiros nas discussões para construção do DiaTrans e participei da cerimônia representando os homens trans”, afirma. Atualmente, ele é estagiário no ambulatório e realiza dois grupos terapêuticos para pessoas em acompanhamento no serviço. “Quando surgiu a oportunidade, fiquei muito feliz. Fui ajudado pelo serviço, e hoje, posso oferecer apoio para aqueles que percorrem o mesmo caminho, mostrar que é possível”, garante.

Os encontros são semanais e tiveram início em 12 de setembro: um grupo para homens e outro para mulheres. “O intuito é avaliar os aspectos cognitivos e emocionais que antecedem a cirurgia. Alguns aspectos são levados para discussão e outros são trazidos pelos usuários”, explica Eloy. Hoje, mais de 230 pessoas aguardam pela cirurgia de redesignação sexual e/ou afirmação de gênero.

Produção

Até o momento, foram realizados 1805 atendimentos com a vinculadora, profissional que realiza o acolhimento e é responsável pela vinculação/adesão do indivíduo ao serviço; 610 consultas médicas; 678 consultas de enfermagem; 110 aplicações de hormônios; 297 atendimentos pelo serviço social; e ainda mais de 128 encontros de grupos para atendimento em psicologia.

“Nestes dois anos de atendimento nós aprendemos que a escuta e o acolhimento são o diferencial deste serviço, pois muitos buscam não só a transformação corporal, mas principalmente um lugar de fala e escuta, um lugar em que eles possam se relacionar com os pares, assim como cuidar da saúde em geral”, afirma a coordenadora do Ambulatório DiaTrans, Vanessa Romão. “Passamos por algumas dificuldades, como qualquer outro serviço, porém obtivemos por parte da Secretaria da Saúde apoio total para darmos continuidade aos atendimentos para essa população, pois hoje todos entendem a complexidade e a necessidade do DiaTrans no município”, concluiu.

O responsável pela Coordenadoria de Políticas de Cidadania e Diversidade de Diadema, Robson Carvalho, ressalta que o Ambulatório DiaTrans nasceu do sonho conjunto para promover às pessoas trans tudo de melhor do SUS, minimizando o sofrimento causado pela discriminação e a marginalização sofrida. “A transfobia adoece e mata. A saúde é direito de todos e dever do Estado, mediante políticas sociais que visam o acesso universal e igualitário. Só assim iremos promover a proteção e a garantia de direitos incluindo todes nos diversos serviços de nossa gestão. Agradeço toda a equipe e a gestão do prefeito Filippi por sempre ser inovadora e comprometida com a vida e a inclusão”. Mais informações sobre a criação do ambulatório em https://portal.diadema.sp.gov.br/diadema-inaugura-1-ambulatorio-trans-do-abcd/.

Por onde começar

Para Eloy, a questão hormonal se soma às demais enfrentadas pela população trans. “Não é só uma questão individual, o ambulatório traz apoio psicológico, endócrino, infecto e de enfermagem. É um conjunto, com profissionais que respeitam cada pessoa como ela é e valorizam a vida”, finaliza Eloy.

Para ser atendido, é preciso ser morador de Diadema e comparecer ao serviço, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, para o acolhimento inicial. O atendimento inclui consultas médicas e de outras categoriais profissionais, respeitando as necessidades e especificidades de cada indivíduo para atendimento integral, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desse usuário. O processo – transexualizador – de terapia hormonal é realizado em pessoas com idade mínima de 16 anos.

Crianças e adolescentes menores de 16 anos são encaminhados para o ambulatório de Hebiatria da Faculdade de Medicina do ABC, onde é realizado o acompanhamento desse público.

Garantido por lei
O atendimento na rede municipal é norteado pela Lei nº 4.147, de 8 de novembro de 2021, que dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas trans e intersexuais, no âmbito da Administração Direta, Indireta, Autárquica ou Fundacional de Diadema.

Desde a criação do DiaTrans, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem investido na formação dos profissionais da rede, realizando oficinas sobre “Gênero e Sexualidade: um cuidado multidisciplinar” e outras capacitações em casos específicos.

Serviço:

Ambulatório DiaTrans de Diadema/ Quarteirão da Saúde
Avenida Antônio Piranga, 700 – 2º andar – Centro.
Tel.: (11) 4043-8093 – WhatsApp (11) 913195659
E-mail: diatrans@diadema.sp.gov.br
Funcionamento: Grupo de Entrada (acolhimento inicial), de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Por: ByABC com assessoria