As empresas, contudo, têm registrado bom movimento nas concessionárias. Neste fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis alcançou R$ 320 milhões. Com isso, já foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação de descontos ao consumidor nessa modalidade.
As explicações para esse desencontro entre os dados estão na ausência das locadoras –que ainda não têm acesso às promoções– e no tempo necessário entre a efetivação da venda e a conclusão dos documentos do carro.
Inicialmente, a medida provisória assinada em 5 de junho previa que os consumidores teriam 15 dias de acesso exclusivo às condições mais favoráveis. Esse prazo, que se encerraria na última terça-feira (20), foi prorrogado por mais 15 dias.
Com isso, os números devem se manter em patamares baixos, por se concentrarem apenas no varejo – que é onde as montadoras obtêm as melhores margens de lucro.
O crescimento só será percebido quando a Fenabrave (associação que reúne os distribuidores de veículos) divulgar os emplacamentos separados por “pessoa física” e “pessoa jurídica”. Os resultados de junho serão conhecidos no início do próximo mês.
No acumulado entre janeiro e maio, a comercialização de carros de passeio e veículos comerciais leves por meio de vendas diretas atingiu 47,2% do total. Essa participação deverá ter uma queda acentuada devido às regras estabelecidas pelo governo, que ainda impedem o acesso das locadoras aos descontos.
Essas empresas, contudo, seguem com forte influência na comercialização, como mostra o ranking de licenciamentos.
A Fiat Strada segue na liderança, de acordo com os números da primeira quinzena de junho. Foram vendidas 3.671 unidades da picape compacta nesse período, segundo a consultoria Jato Dynamics. Grande parte é referente a negociações realizadas em maio, mas cujo licenciamento só saiu no mês seguinte.
No acumulado do ano, há registro de 41,5 mil emplacamentos do modelo. Desses, 68,2% foram negociados por meio de vendas diretas.
Os modelos mais em conta estão distantes das primeiras colocações. Por enquanto, o Fiat Mobi ocupa a 29ª posição nas duas primeiras semanas de junho, com 784 unidades vendidas. Já o Renault Kwid aparece em 42º lugar no ranking: 458 licenciamentos, de acordo com a Jato. Ambos custam a partir de R$ 58.990 com os incentivos do governo.