Elon Musk, embora se posicione como defensor da liberdade de expressão, tem seguido ordens de governos como Índia e Turquia para remover conteúdos em sua plataforma X (anteriormente Twitter), sem manifestar oposição pública. Na Índia, conteúdos críticos ao primeiro-ministro Narendra Modi, incluindo um documentário da BBC sobre violência sectária, foram bloqueados após demandas do governo. Além disso, contas de organizações de direitos humanos foram suspensas, refletindo uma postura mais restritiva sobre a liberdade de expressão sob o governo Modi.
Em outro contexto, na Turquia, durante as eleições presidenciais de 2023, o X limitou o alcance de publicações por exigência do governo de Recep Erdogan, optando por restringir o acesso a certos tuítes em vez de enfrentar um bloqueio total da plataforma no país. Musk também enfrentou críticas por processar uma organização que publicou um estudo sobre o aumento de discursos de ódio na plataforma após sua aquisição, uma ação que foi posteriormente descartada por um juiz na Califórnia como uma tentativa de silenciar críticos.
Ademais, dados revelam que a taxa de cumprimento de remoções de conteúdo pelo X atingiu mais de 80% em pedidos governamentais, um aumento significativo em comparação com períodos anteriores. Essa conformidade ocorre em contraste com suas recentes críticas ao ministro Alexandre de Moraes no Brasil, onde Musk expressou desacordo com bloqueios de contas determinados pelo STF, chegando a qualificar Moraes como um “ditador”.
Essas ações demonstram a complexidade e a possível dualidade na postura de Musk em relação à liberdade de expressão, destacando um comportamento pragmático em relação às exigências legais dos países onde sua plataforma opera, mesmo quando isso parece contradizer seu discurso de defensor da liberdade de expressão.
