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Carro chinês: por que é tão barato e iniciou guerra de preços no Brasil

Haval H6 da GWM. Foto: Divulgação Leia mais em: https://quatrorodas.abril.com.br/carros-eletricos/gwm-estreia-no-brasil-em-2023-com-50-lojas-e-suv-que-faz-ate-287-km-l

A China está no centro das atenções do mercado automotivo do Brasil. Com foco nos carros híbridos e elétricos, duas marcas do gigante asiático recentemente confirmaram fábricas para a produção desse tipo de veículo no País, que já vendem aqui, ainda importados, a preços muito competitivos.

Por: ByABC com UOL

 

Nessa verdadeira guerra de preços, carros como o SUV elétrico Peugeot e-2008 ficaram mais baratos – nesse caso, houve um corte de R$ 50 mil no valor cobrado. O mesmo aconteceu com vários modelos eletrificados da Caoa Chery, que já produz aqui, e da JAC, outras marcas de origem chinesa.

 

Segundo análise do consultor Ricardo Bacellar, da Bacellar Advisory Boards, essa nova “invasão chinesa” é bem diferente daquela que aconteceu há quase 15 anos no Brasil, quando as primeiras montadoras do país asiático chegaram ao País – e muitas delas acabaram indo embora após pouco tempo.

 

De acordo com Bacellar, ao longo dos últimos anos a indústria automotiva chinesa avançou enormemente em termos de qualidade dos respectivos produtos e de eficiência produtiva, especialmente no que se refere a veículos híbridos e elétricos. Isso tem feito toda a diferença agora em nosso país, quando montadoras chinesas voltam a investir fortemente em nosso mercado.

 

Por que o carro chinês consegue ser tão mais barato?

 

Conforme Bacellar, os seguintes fatores explicam esse fenômeno:

 

  • Alto volume de produção dilui os custos; enquanto no Brasil foi comercializado cerca de 1 milhão de veículos no primeiro semestre de 2023, no mesmo período a BYD sozinha vendeu 1,2 milhão de unidades no mundo, contra 715 mil da Chery e 520 mil da GWM
  • Eficiência produtiva elevada, que também barateia o custo por carro montado
  • Liderança no desenvolvimento e na fabricação de baterias e microchips, o que proporciona um custo “imbatível”
  • Mão de obra qualificada e mais barata

 

O que o Brasil ganha com isso?

 

  • Sob o ponto de vista de Bacellar, a chegada de montadoras chinesas tem tudo para acelerar a oferta e o desenvolvimento de carros elétricos no Brasil
  • A política agressiva de preços, combinada com a qualidade dos produtos, estimula a competitividade
  • Isso, segundo ele, beneficia não apenas o consumidor, mas a indústria automotiva local como um todo

 

“Sem dúvida, a concorrência sempre é benéfica e o consumidor ganha com isso. A concorrência também é beneficiada, devido à necessidade de oferecer produtos melhores e mais acessíveis”, analisa.

 

De fato, os efeitos dos lançamentos recentes já são sentidos quanto à redução nos preços.

 

Ele acrescenta que a perspectiva é de ainda mais competitividade com o início da produção local de marcas como BYD, GWM e outras chinesas que devem chegar nos próximos anos.

 

Bacellar lembra que as fábricas da GWM em Iracemápolis (SP) e da BYD, prevista para Camaçari (BA), cujo início da produção está previsto para 2024, miram não apenas o Brasil, mas serão polos exportadores para outros mercados – possibilitando maior volume produtivo e menos custos.

 

“Os chineses estão começando a oferecer veículos em diferentes faixas de preço. Com o início da produção local e a chegada de outras marcas do país asiático, a outra boa notícia será a geração de empregos e a qualificação da mão de obra local. A vinda das montadoras da China traz benefícios sob todos os aspectos”.