Maus motoristas têm recorrido a dispositivos facilmente adquiridos na internet com o objetivo de burlar a fiscalização de radares e se livrar de multas por excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio de veículos e outros tipos de infração.
São equipamentos engenhosos, capazes de “truques” que impedem a leitura da placa do carro e até a medição de velocidade pelos aparelhos de fiscalização. Tais itens nem sempre têm venda proibida, embora sejam utilizados contra o cumprimento de leis de trânsito.
Selecionamos alguns exemplos de produtos adotados por condutores mal-intencionados, que contribuem para deixar o trânsito menos seguro e ainda mais caótico – sobretudo nos grandes centros urbanos, tão afetados pelo excesso de automóveis em circulação.
O BYABC não incentiva o seu uso e alerta que, se você for flagrado com os dispositivos pela polícia ou por agente de trânsito, deverá ser punido com multa, remoção do veículo e até pode responder criminalmente, dependendo da infração.
Adesivo antimultas
Os adesivos antirradar, aplicados sobre um ou mais caracteres da placa, podem ser adquiridos com preço inicial abaixo de R$ 100 pelo conjunto de sete películas.
Seu funcionamento é explicado em vídeos que circulam nas redes sociais: o adesivo traz revestimento que reflete a luz infravermelha emitida pela maioria dos radares da atualidade, que substitui o flash convencional e é ativada à noite e em dias de baixa luminosidade.
A película reflete essa luz e acaba ofuscando a câmera, impedindo a a identificação daquela letra ou número. Ou seja: a artimanha não tem eficácia quando há iluminação natural abundante.
‘Embaralhador’ de radar
Outra estratégia fraudulenta é recorrer a equipamentos eletrônicos que detectam e, em seguida, “embaralham” as ondas de rádio emitidas por radares móveis e portáteis, inviabilizando a medição da velocidade.
Não é difícil de encontrá-los à venda em sites estrangeiros de comércio eletrônico, ofertados por preços entre aproximadamente R$ 600 e mais de R$ 1.000 – sem incluir o pagamento de impostos e taxas referentes à sua importação.
Eles utilizam tecnologia semelhante à dos jammers ou “capetinhas”, que anulam o funcionamento de rastreadores veiculares. Também existem aparatos específicos para travar pistolas que fiscalizam a velocidade por meio de raios laser.
Outros inviabilizam a identificação do carro infrator utilizando flashes ocultos na moldura da placa, acionados sempre que um radar é detectado. Os flashes “cegam” a câmera fiscalizadora, deixando os caracteres ilegíveis na fotografia.
Placa ‘007’
A placa veicular giratória ficou famosa com o filme “007 contra Goldfinger” (1964), no qual o espião James Bond, interpretado por Sean Connery, aciona um mecanismo para trocar o código de registro do seu Aston Martin DB5.
O conceito foi além do cinema e, no mundo real, tem sido utilizado no Brasil e em outros países com uma diferença: em vez de trocar a placa por outra, com caracteres diferentes, a engenhoca esconde a chapa original do veículo.
Funciona assim: por meio de um cabo ou utilizando um mecanismo elétrico, o condutor consegue virar totalmente a placa e exibir no lugar dela uma peça de plástico preto, como se ali estivesse apenas a moldura da chapa.